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Peregrinação ao Honzan, andando a pé por 400km

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Yoshinori Takahashi da cidade Kure, Hiroshima chegou ao Hongwanji depois de 18 dias de caminhada

“Não é possível expressar com palavras, mas finalmente cheguei aqui. Fiquei imensamente agradecido com os encontros maravilhosos.”
“Para conhecer os sofrimentos dos seguidores que antigamente iam a pé para o Hongwanji, imaginando que uma peregrinação de uma única oportunidade de vida”. Rev. Takahashi partiu de Kure, 400km a oeste de Quioto, e levou 18 dias, chegando cedo de manhã no dia 21 de maio, no Hongwanji. Ele curvou-se diante da imagem de Shinran Shoinin, com as mãos juntas, queimadas de sol, e as lágrimas caíram. Seu paramento, desgastado, e as solas de tênis, furadas. Assistiu o ofício Gôtan-ê, aniversário do Fundador Shinran, sentindo como a única vez em sua vida.
Quando trabalhava no Corpo de Bombeiro há 13 anos, Rev. Takahashi leu, por coincidência, o Jornal Hongwanji, e soube do curso de correspondência do Instituto Central do Budismo. “Refletia sobre minha vida diante das calamidades e do pronto socorro, e por isso, “a vida” referida no Jodo Shinshu ressou em mim naturalmente e como algo bem real para mim. A partir daí, não foi uma decisão drástica, mas fluiu com toda naturalidade depois de encontro com o ensinamento.” Após a formatura do curso, continuou o estudo e ordenou-se cinco anos atrás. Em março deste ano quando se aposentou, estava determinado:  “Quero seguir a fé dos seguidores no passado que iam ao Honzan em meio a muita dificuldade e sofrimento.” E assim, decidiu fazer caminhada até o Hongwanji.
No dia 4 de maio, ele partiu da cidade de Kure, província Hiroshima, despedindo-se dos familiares e do monge responsável do templo ao qual pertence, e carregava uma faixa de “Ofício dos 750 Anos de Shinran Shonin – Namoamidabutsu” escrita por sua filha Yukie. A distância e o tempo para caminhada eram inimagináveis. Em dois ou três dias, as peles dos dedos dos pés descascaram e depois as unhas. Nessa condição, perdeu o caminho no meio da montanha da província Okayama e ficou andando mais de 10 quilômetros para achar uma pousada.
“Quando estava no caminho atravessando a montanha, me sentia mais sozinho. Mas, a bengala fazia seu som típico, e senti que não estava sozinho e sim com o Sr. Amida e o Sr. Shinran. Enquanto avançava, pensava que estava mais perto do Honzan. Assim, me esforçei para dar mais um passo. No caminho, as pessoas me reverenciavam pelo meu paramento sacerdócio e me encorajaram, dando as palavras afetuosas.”
Passou pelos Betsuins Kobe, Tsumura (Osaka), Templo Tanjo-in de Hino, Yamashina e Mausoléu (Quioto) e finalmente chegou ao Hongwanji. No portal do Goeido, o monge Oe o esperava e lembrou, “Imaginei esta cena, quando os discípulos de Shinran Shonin vieram da região Kanto (Tóquio) para o encontro com o Mestre. Devia ser um pensamento muito forte.”
Rev. Takahashi finalizou a caminhada ressaltando, “Os discípulos que chegaram até aqui, voltaram a pé de novo no caminho de volta. Aquela “alegria” de levaram com vidas, foi fundamental para que o Nembutsu fosse transmitido naquela região e seguido até o dia de hoje. Desejo falar às pessoas que o Honzan é um templo para todos os adeptos.“        

 

(trecho do Jornal Hongwanji Journal 1/6/2010)

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